terça-feira, 8 de novembro de 2016

                                                       

                                      A MINHA RUA, GAMELEIRA TRAVESSA LIBERDADE


                                                              

                                                     LEMBRANÇAS DE UM PASSADO


                                                                                                                                                                                                                ENTREVISTA COM OS MORADORES





         Entrevistando: Marina


        Como era paripe antigamente?

         
            "Sou nascida e criada em Paripe nesta mesma rua Gameleira, que era uma Fazenda com muito mato, pés de dendê, lama muita lama, só estrada, estrada não!caminho que passava gado. Não tinha energia, as pessoas morava em casa de taipa a luz de candieiro. Vivia da maré, depois de muito tempo alguns moradores começaram a tirar paias e vender na feira, não existia transporte, só o trem.
             A gameleira Travessa Liberdade, era uma fazenda que pertencia uma parte a finada Marota e a outra ao finado Asis um fazendeiro que criava gado, ruim que só o cabrunco, (risos).Pra gente pega água era uma dificuldade, que até a água da fonte ele fazia questão. Sua fazenda tinha muitos pés de frutas, manga, goiaba, caju,você sabe que menino não tem quem posa, agente roubava,(risos). Tomava era carreira, se vise ele chegar mãe, tu corra, até a água pegávamos  escondido (risos)." 

        E sobre industrias em Paripe?

   
            "Em Paripe funcionava a fabrica de cimento Aratu e a Rezek fabrica de mamona em Tubarão, onde o meu marido trabalhou e perdeu um dos braços. Vinha muita gente de fora para trabalhar nestas fabricas."

        Fale um pouco sobre as igrejas existente em paripe? 

          
             "As igrejas era a Nossa Senhora Do O, no cemitério, sempre existiu do jeito que ela é ai! ela é uma igreja histórica, alguém um dia me falou que foi feita pelos Jesuíta, por isso que não pode ser mexida, tinha também a de Paripe o centro Paroquial e a de são Tomé são igrejas bastante antigas."

        E as chácaras existentes em Tubarão ? 

             Sempre existiram, não era como é hoje né! porque hoje evoluiu tudo. Era fazendas onde seus antigos donos lotearam e o que sobrou virou chácaras."

      Sabe se existia índio ou escravizados na localidade de paripe?


            "índios por aqui não sei dizer, escravizados, minha mãe era descendente de quilombola, sei que  existe um, em Tororó, eles são pescadores."

      Quais as mudanças você presenciou em paripe?

           " Paripe evoluiu muito, primeiro a chegada da primeira linha de ônibus, a Ipiranga, asfaltamento, luz elétrica, água encanada, antes era fontes e o comercio cresceu muito, hoje temos bancos correios, praças, graças a Deus paripe cresceu muito. A nossa rua também evoluiu graças a Deus!." 



        Entrevistando: Railda 

     Quando chegou, e como era paripe antigamente?

       
          " Sou natural de Salvador, nascida e criada  em Paripe, que  não tinha nada, só muito mato, pés de dendê e de coisas brabas, as estradas eram de barro, quando chovia era muita lama, para ir a escola tinha que levar a roupa  no saco plástico e vestir no banheiro da escola  Barro Barreto, a unica que existia. Não existia transporte, só o trem que levava para a feira, muito anos depois veio o coração de mãe, um ônibus velho que foi logo desativado.A rua Travessa Liberdade era brejo, mato, não tinha casas, os terrenos pertencia a finada Marota que arrendava , os moradores pagavam todo mês uma taxa.Tinha a fazenda de Asis que criava gado, a fazenda tinha muito pés de frutas. Depois ele desfez de tudo ele morreu e os filhos venderam lotearam acabaram com tudo!não tinha luz e nem água encanada só fonte que carregava água com lata, balde o balho era de cuia. Muito depois de muita luta foi chegando isso tudo."

    Como as pessoas sobreviviam nesta época?  



              As pessoas sobreviviam da pesca, de roça, plantação de mandioca, batata, cana, essas coisas! fazia farinha e beiju com a mandioca. Era comum os moradores nos terrenos de suas casas cultivarem alimento para serem utilizados na própria alimentação. A carne era as galinhas que criava no quintal, aqui evoluiu muito, hoje moramos em casas bonitas, antes era de taipa."

      E sobre as chácaras existentes nas praias de Paripe?    


               " Quando nasci as chácaras já existia, estão diferentes  porque antigamente eram casas mais humilde de taipa, bloco puro, hoje as casas estão diferentes, bonitas, lembro quando ia para a praia de tubarão pesca e sempre passava pelas chácaras para pedir caju, manga,as casas tinha muito pés de frutas, lá ficava pessoas que vinham para veraneio."

      E sobre as igrejas de Paripe? 


         " São igrejas muito antigas, quando eu nasci já existiam há muito tempo, A Nossa Senhora do O no cemitério  o centro Paroquial que depois da Santa que existia na gameleira desceu para o centro paroquial ficando conhecida como o centro Paroquial   Nossa Senhora Do O  e a de são Tomé. Mais segundo alguns pessoas da época a primeira foi a do cemitério que foi destruída restando hoje só as ruínas que é o cemitério."

        E sobre os escravizados e índios em Paripe?   
       

         "Conheci muitos descendentes de escravos alguns já se foram, muito estão por ai vivendo ainda da pesca.E sobre  índios, eu tinha uma tia que vivia no mato, era índia mesmo! comia bicho que caçava, pescava nos brejo nos rios que tinha pitu, essas coisas assim! ela nunca saia para a cidade grande, vivia dentro do mato mesmo. Acredito que exista muitos descendentes de índios por aqui."

         E sobre industrias o que tem a dizer?


             "  Aqui em Paripe existia a fabrica de cimento e mamona em Tubarão, hoje as duas estão desativadas "

          Fale um pouco das mudanças que você presenciou em Paripe?

            "A chegada da televisão que não tinha, lojinhas, lojas maiores, supermercados, farmácia, que era muito difícil pra compra um  remédio, tinha que ir para os posto da base, la que agente conseguia remédio, hoje tem armarinhos padarias, bancos que era uma coisa que nunca pensamos ter aqui. trasportes. pavimentação, água, luz, ou seja! paripe agora é uma cidade grande estamos no paraíso."    

                 

                                          



                 Podemos perceber pelas falas das entrevistadas, a ligação das historias de vida com o contexto histórico de Paripe.  




                                                      Rua, Travessa Liberdade